O mercado de trabalho nos games mobile: Quick Turtle - II Parte.
- Márcio Botelho
- 6 de nov. de 2017
- 2 min de leitura

Ambientado no mesmo universo do jogo anterior, Workemon (2017) conta com identidades visual e sonora praticamente idênticas de seu antecessor, mas agora estamos na posição do dono de uma grade companhia que deve lucrar o máximo possível com o trabalho de seus funcionários.
Contratar os trabalhadores é uma paródia da captura de Pokémons (os monstros de bolso da bilionária franquia da Nintendo): temos de acabar com o orgulho do candidato, diminuir suas expectativas salariais e enfim lhe oferecer a vaga de emprego.
Quanto mais distantes da empresa, ou seja, quanto mais próximos da periferia, menores são as pretensões salariais e o orgulho dos workemons (e maiores as chances deles não se demitirem e não pedirem aumento).
É interessante notar que o nosso personagem, o dono da empresa, é um dos 8 filhos de um magnata que recebeu a empresa do pai. Podemos usar regularmente o cartão de crédito de nossa mãe para sanar as deficiências financeiras da empresa (na verdade o jogo premia jogadores que apelam para o apoio materno). É possível deixar de pagar os funcionários no fim do mês e não lhes conceder aumentos, ao mesmo tempo em que gastamos os lucros da empresa com artigos de luxo e acompanhantes (que fazem nossos workemons nos admirarem mais).

Em Workemon a localização do jogo para o português brasileiro se destaca ainda mais do que em seu antecessor. Temos diversas piadas que se valem do vocabulário utilizado nas áreas de Administração de Empresas e Gestão de Pessoal.
Expressões como “Você precisa se esforçar pela empresa”, “Seja dedicado como eu” ou “Eu comecei com nada e depois de muito trabalho veja onde estou”, são ditas pelo chefão para os funcionários em treinamento. A ironia com os discursos do empreendedorismo e da meritocracia não poderia ser mais cruel.
Prós
- Humor negro da melhor qualidade
- Casual, mas com grande grau de planejamento
- Excelente localização para o Brasil
Contras
- Trilha sonora cansativa
- Microtransações que podem levar o joga a se tornar um pay to win
Veredito
Workemon nos faz rir do discurso empresarial, em especial devido a excelente tradução do jogo, mas o tempo longo para gerar os recursos pode afastar jogadores mais casuais.
Nota: 8,5

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